• Como a startup Klivo promete melhorar a adesão ao tratamento de pacientes com doenças crônicas

    Marcela Toledo e André Sá, os CEOs da Klivo
    Jose Renato Junior | 7 mar 2022

    No Brasil, cerca de 52% da população convive com alguma doença crônica, afirma a Pesquisa Nacional de Saúde 2019. 

    Esses problemas, que podem ser diabetes, hipertensão, obesidade ou colesterol alto, entre outros, geralmente começam de forma gradual e têm longa duração – às vezes, para sempre. 

    Além disso, apresentam causas multifatoriais e o tratamento envolve não só medicamentos, mas também a mudança no estilo de vida do paciente. 

    E é exatamente pelo fato de, muitas vezes, a doença não ter cura e o tratamento seguir a vida toda que muitas pessoas não aderem totalmente à terapia. O resultado, claro, é uma piora no problema e idas constantes ao hospital e médico. 

    Foi pensando exatamente nessas nuances que envolvem os pacientes com doenças crônicas que surgiu a Klivo, startup brasileira que desenvolveu um método que combina tecnologia e atendimento personalizado para ajudar essas pessoas. 

    “Contribuímos para que os pacientes crônicos tenham uma vida mais saudável”, conta Marcelo Toledo, coCEO da startup. 

    “Fazemos isso unindo tecnologia de ponta – com aplicativo, devices de monitoramento a distância – e um cuidado humanizado, através de atendimento por um time multidisciplinar de saúde.” 

    O empresário afirma que a startup leva como premissa algo comum no mundo corporativo: o que não se mede não se gerencia.

    “Para um hipertenso se cuidar, por exemplo, ele precisa saber como está sua pressão. Já o diabético precisa saber sua glicemia, o obeso, seu peso e assim por diante”, afirma Marcelo. 

    “Então, toda vez que um paciente subir em uma balança, ou medir sua glicemia, nós temos acesso a esses dados, e com base nisso, vamos aprendendo cada vez mais sobre a pessoa e traçamos um programa de desenvolvimento personalizado da sua saúde.”

    Esse direcionamento é focado no que a pessoa precisa naquele momento. “Às vezes, pode ser um plano nutricional, atividade física, conteúdo educacional, uso dos medicamentos etc”, explica o coCEO. 

    “A partir daí, é fundamental estimular para que se tenha adesão ao tratamento proposto. No fim das contas, nós melhoramos a participação do paciente na terapia indicada.”

    MOTIVAÇÃO: EXEMPLO DENTRO DE CASA

    Marcelo, que foi atleta de natação até os 18 anos e se especializou em startups de tecnologia, passando por empresas como Nubank, Oi, Zeever, Payleven e outros, conta que sempre teve o sonho de trabalhar com saúde, já que cresceu dentro desse universo da vida saudável. 

    “Por outro lado, na minha família, tanto meu pai quanto minha mãe foram obesos e portadores de comorbidades por pura falta de bons hábitos e conhecimento”, diz. 

    “Eu vivia na pele a diferença entre ser educado nesse sentido, construir bons hábitos e como isso poderia mudar a vida de uma família – e de uma população.” 

    Com o passar do tempo, a indignação foi o que levou à criação da empresa. “Não é possível que pessoas com doenças crônicas ainda não tenham um espaço decente no sistema de saúde”, afirma. 

    “Não é possível que o percentual de pessoas com doenças crônicas tenha batido recordes. Não é possível que a saúde ainda seja tão analógica. Algo precisa ser feito”, acredita. 

    “Afinal de contas, não existe nada mais básico que a saúde. Sem isso você não consegue estudar, trabalhar, viver com qualidade. A saúde é o pilar fundamental para uma vida plena.”

    BENEFÍCIOS PARA TODOS OS CLIENTES

    Com esses questionamentos em mente, em 2020 Marcelo Toledo resolveu inaugurar a startup que funciona por meio de um aplicativo. É através dele que as pessoas têm acesso a todos os conteúdos. 

    Atualmente, a healthtech tem criado parcerias com planos de saúde, empresas e indústria farmacêutica. 

    “O benefício para os dois primeiros players se dá da seguinte forma: ao melhorarmos a saúde das pessoas, por consequência, acabamos reduzindo custos”, explica ele. 

    “Para a indústria farmacêutica, ao recuperarmos a saúde das pessoas, geramos uma melhor adesão ao tratamento, trazendo um ROI [retorno sobre investimento, em português] para o setor.”

    Com dois anos de existência, a Klivo já conquistou uma base de 20 mil pacientes com o uso de uma tecnologia totalmente própria. 

    “Nosso grande diferencial é que conseguimos fazer Testes A/B em todas as abordagens que temos com nossos membros, e isso faz com que tenhamos um grande laboratório vivo e em tempo real de experimentações na melhoria do engajamento”, diz o coCEO. 

    “Algo que nunca se viu antes na indústria da saúde”, comemora.

    OLHAR PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

    Não são apenas os pacientes, empresas, planos de saúde e indústria farmacêutica que saem ganhando, mas os médicos também, é o que afirma Marcelo.

    De acordo com ele, o profissional está no centro da jornada da startup. “Sem o médico nada disso seria possível”, acredita. 

    “Por isso, boa parte do nosso trabalho é empoderar o profissional e todo corpo clínico envolvido no cuidado de uma pessoa para que tenham mais informações sobre a saúde do paciente com o app e mais eficiência operacional.”

    Marcelo Toledo conta que o foco para 2022 é fechar o ano com 100% de crescimento. 

    “Olhando para nossa atuação com a indústria farmacêutica, conseguimos um aumento de 51% na adesão medicamentosa”, comemora. 

    “Com as operadoras de saúde conseguimos uma redução de 3,5 p.p na Hb1AC [hemoglobina glicada] em seis meses, e ainda uma redução de custos de 20%”, continua. 

    “E a média geral do NPS das nossas carteiras de clientes é 84 de 100. Queremos agora pisar no acelerador e estruturar nossa empresa para crescer”, promete.

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