A Neo Química é pop. O nome do laboratório está (mais ainda) na boca do povo desde que a companhia, que faz parte de um dos maiores grupos fármacos do país, a Hypera Pharma, adquiriu os naming rights da antiga Arena Corinthians, agora Neo Química Arena.
Depois de anos de expectativas em relação à qual empresa fecharia contrato com o clube paulistano, o negócio, fechado por R$ 300 milhões, foi anunciado no aniversário de 110 anos do Corinthians, em 1º de setembro. A Neo Química já havia patrocinado o time entre 2009 e 2011.
“Celebramos o acordo para exploração dos naming rights da Arena Corinthians por 20 anos, que passou a se chamar Neo Química Arena, com o objetivo de aumentar a visibilidade da marca”, afirma Ana Biguilin, diretora geral da unidade de negócios Neo Química.
Com isso, o laboratório também pretende contribuir, segundo a executiva, “para ativações de outras marcas da companhia junto aos seus principais stakeholders, tais como clientes, balconistas, farmacêuticos, médicos, entre outros”.
Embora 2020 tenha sido cheio de desafios, a Neo Química, assim como o grupo Hypera, vem enfrentando com solidez o ano. A companhia como um todo anunciou recentemente aumento no lucro do terceiro trimestre. O lucro de julho a setembro foi de R$ 345,6 milhões, alta de 29,4% sobre o mesmo período de 2019.
Isso foi, segundo o grupo de capital aberto, resultado de um forte controle de despesas, que compensou os efeitos da queda de vendas em algumas categorias por causa da pandemia da Covid-19.
Para a Neo Química, a pandemia veio como a consolidação da importância da Neo Acelera, aceleradora de negócios sociais criada em 2019. “Ela é primeira aceleradora de saúde do país com foco em inovação social e direcionada aos desafios da atenção primária”, diz Ana.
Na entrevista exclusiva abaixo, a executiva conta um pouco mais sobre a Neo Acelera, sobre inovação e sobre o que 2020 ensinou para sua empresa.
Como a Neo Química enfrentou a pandemia?
A companhia vem passando com solidez pela pandemia, tanto que alcançou os melhores resultados de sua história, desde a mudança de foco exclusivo para medicamentos, com crescimento de sell-out de duplo dígito no terceiro trimestre de 2020. Nesse trimestre, também foi celebrado o acordo para exploração dos naming rights da Arena Corinthians por 20 anos, que passou a se chamar Neo Química Arena, com o objetivo de aumentar a visibilidade da marca e contribuir para ativações de outras marcas da Companhia junto aos seus principais stakeholders, tais como clientes, balconistas, farmacêuticos, médicos, entre outros.
O que ficou de lições aprendidas deste ano tão atípico?
Com a pandemia, entendemos mais do que nunca a necessidade de estar preparado para grandes mudanças e possíveis adaptações.
Com isso em mente, a tecnologia foi uma grande aliada na hora de disseminar informações de relevância e nos proporcionou ser mais ousados.
Outro ponto importante foi a agilidade com que nos adaptamos ao novo cenário, ajustando as rotinas de trabalho bem como melhorando a interação entre os colaboradores, mesmo dentro de um cenário de distanciamento.
Quais desafios que a Neo Química enxerga no setor atualmente?
Acredito que quase nenhum setor da economia esteja passando ileso pela pandemia da Covid-19, mas, apesar do aumento nos custos, a Neo Química tem se mostrado resiliente – e, mais do que isso, sendo apoio fundamental na batalha contra o inimigo invisível.
Como a inovação acontece dentro da companhia?
Desde que nasceu, há 60 anos, a Neo Química busca ajudar a cumprir o direito à saúde de todos os brasileiros. Ao longo deste processo, a inovação se faz essencial para que consigamos levar saúde a todos os cantos do país.
Junto a distribuidores, farmacêuticos e balconistas, formamos uma rede solidária, buscando soluções que vão muito além da fabricação dos remédios, e pensamos em projetos e ações que tenham como propósito cuidar da saúde de cada um dos brasileiros.
É o caso, por exemplo, da Neo Pharma, plataforma focada em farmacêuticos e auxiliares de farmácia do varejo, que busca estreitar o relacionamento entre os profissionais do meio que constantemente buscam atualizações, e da Neo Acelera, primeira aceleradora de saúde do país com foco em inovação social e direcionada aos desafios da atenção primária.
Como vocês fomentam internamente a cultura da inovação, para que ela não se restrinja a uma área?
Nosso objetivo sempre foi ajudar a cumprir o direito de saúde da população brasileira e, com isso em mente, exploramos diferentes vertentes que possam reverter em soluções e resultados que beneficiem os brasileiros quando o assunto é saúde e qualidade de vida, inclusive dentro da organização, promovendo a integração entre todas as áreas.
Nosso foco atualmente está voltado para projetos como Neo Pharma e Neo Acelera, considerando que ambos contribuem com soluções que ajudam a levar saúde a todos os cantos do país.
Além disso, continuamos trabalhando no desenvolvimento de medicamentos genéricos e similares, que acreditamos serem os grandes motores de crescimento da indústria farmacêutica, tendo em mente a combinação de qualidade e preços menores.
E como a tecnologia se integra a esses projetos de inovação?
A tecnologia é a peça-chave quando pensamos em nossos projetos. Ela é responsável por levar nossas propostas e soluções ao consumidor final, com o intuito de suprir as necessidades dele.
No caso da Neo Pharma, por exemplo, se trata de uma plataforma online, que funciona em prol de farmacêuticos e demais profissionais da área, promovendo o acesso fácil e rápido às informações e dando o embasamento necessário para esse profissional trabalhar.
Esse projeto e o do Neo Acelera se destacam quando o assunto é inovação. O primeiro enaltece o papel dos profissionais da área farmacêutica, oferecendo cursos, blogs e podcasts gratuitos sobre os principais temas do setor. E, no caso da Neo Acelera, a inovação está voltada para a sociedade como um todo, e visa trabalhar com negócios de impacto social que estejam endereçando os principais desafios relacionados às diversas questões que envolvem saúde. Este ano, por exemplo, a acelerado explora o tema “Longevidade Ativa”.
Como o Neo Acelera foi criado?
O programa foi criado em 2019, com o intuito de celebrar os 60 anos de fundação da Neo Química. O programa de aceleração da Neo Química reforça o posicionamento da marca – “A saúde de todos é a nossa vocação” – e o propósito de ajudar a garantir o direito à saúde de todo brasileiro, por meio da promoção de relações potentes que auxiliem, acelerem e potencializem a saúde no Brasil.
Este ano, em sua segunda edição, foram escolhidos empreendimentos sociais de todo o país, voltados para os desafios da maturidade, que já geram impactos em seus públicos-alvo e têm potencial para ganhar escala.
São eles: ISGAME, Mais Vívida, Divas Dance, ACVida Cuidadores, SeniorGeek e Dr. Pocket. Esses negócios sociais atendem aos critérios da Neo Acelera, relacionados com o conceito de “Longevidade Ativa”, definido pela Organização Mundial de Saúde: aprendizagem ao longo da vida, ocupação e vida profissional, planejamento financeiro e saúde financeira, mobilidade e autonomia, movimentação e segurança, gestão integrada da saúde, cuidado e acompanhamento pessoal, mente ativa e saudável, e cuidados com o fim da vida.
Ao final, um dos empreendimentos poderá receber um aporte de R$ 150 mil para desenvolver e aumentar o impacto do negócio.
Atualmente, os empreendedores estão passando por um programa de dois meses de aceleração, com bootcamps e mentorias online, envolvendo experts do mercado e a equipe da Yunus Corporate Social Innovation.
O que uma empresa tradicional, como a Neo Química, pode aprender com essa relação com as startups?
Como marca líder e pioneira nos segmentos em que atuamos, consideramos importante participar deste universo de inovação e contribuir para impulsionar negócios de impacto. Tivemos aprendizados e experiências muito bem-sucedidas com a aceleração do ano passado, que teve foco na saúde primária e resultou no fortalecimento da startup vencedora, a UP Saúde, e numa parceria de outro participante, a Oriente-me, com a nossa plataforma Neo Pharma. Isso tudo fortalece o nosso propósito e nos coloca à frente de negócios inovadores e que podem contribuir muito com a sociedade. Eu diria que é um aprendizado para os dois lados.