• Conheça o Hub Think, novo polo de incubação voltado exclusivamente a startups de saúde

    O radiologista Pedro Miranda investiu R$ 5 milhões no empreendimento – que já hospeda 15 startups no centro do país.
    Jose Renato Junior | 13 nov 2020

    O Brasil tem hoje 577 empresas de tecnologia no mercado de saúde. É o que aponta o levantamento da empresa de inovação Distrito divulgado nesta semana. Em 2015, eram 265 healthtechs.

    O número mais que dobrou em cinco anos. Sudeste e Sul concentram 88% dessas empresas. Mas é no Centro-Oeste, onde estão menos de 4% delas, que um médico e empreendedor decidiu criar um polo de inovação.

    O radiologista Pedro Miranda, de 29 anos, criou o Hub Think em março deste ano – “em plena pandemia”, ele frisa – como um complexo de incubação de startups de saúde em Goiânia. “Hoje já são 15 empresas e mais de 50 empreendedores.”

    Pedro investigou empresas de tecnologia sediadas na capital goiana, identificou seu potencial e avaliou se era o caso de se investir em um ambiente propício para elas. Concluiu que sim.

    Com um investimento de cerca de R$ 5 milhões, o Hub Think é um espaço de coworking com as instalações e comodidades típicas, como salas de reunião e de descanso, auditório, cafezinho especial e mesa de pôquer.

    Mas ele busca se diferenciar por concentrar healthtechs na cidade. A casa sedia empresas como o IPM, startup que oferece treinamentos para médicos e profissionais de saúde em tecnologia de simulação realística. Com o isolamento social nesses tempos de Covid-19, essa frente de inovação, que é também uma especialização do médico, ganhou novo impulso.

    “Os manequins são feitos a partir de materiais biológicos e impressões 3D”, explica Miranda. “Eles simulam a pele, os tecidos e os órgãos humanos e, além disso, possuem alta tecnologia para fornecer dados reais, como pressão e temperatura. Têm também um sistema mecânico que simula a respiração, os batimentos cardíacos, a fala e até uma parada cardíaca.”

    No início da pandemia, o médico treinou médicos que trabalhariam nos hospitais de campanha para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus. Com os protocolos de atendimento em mãos, eles se debruçaram sobre esses manequins de alta tecnologia, avaliados em até R$ 1 milhão, e se prepararam para enfrentar a Covid-19.

    Outro destaque do Hub Think é a MED + Diagnósticos, uma rede de clínicas de radiologia em Goiânia que faz diagnóstico por imagem, exames sem hora marcada e entrega de resultados “na hora, a um preço acessível”.

    ENTRE A MEDICINA E O EMPREENDEDORISMO

    Miranda diz que é empreendedor desde antes de ser médico. “No sexto ano da faculdade de medicina comecei a empreender, com cursos na área médica. Com esse dinheiro passei a produzir mogno africano [madeira nobre muito usada como investimento no Brasil], cheguei a ser um dos principais produtores do país.”

    Para ele, é possível conciliar a vida de empreendedor e médico, já que todas as empresas estão em um mesmo ambiente e “o processo de gestão é altamente eficaz”. Isso dá tempo para exercer a profissão em que se formou. “Tenho uma carga reduzida e só trabalho com pacientes particulares. Além disso, faço trabalho voluntário no Hospital de Câncer de Goiás uma vez por semana.”

    Mas, para o futuro, Miranda direciona os olhos para seu Hub Think. “O próximo passo é executar um projeto que havia sido interrompido pela pandemia, que é fornecer educação continuada de qualidade ao ecossistema”, afirma.

    “São palestras e workshops gratuitos – presenciais para as empresas aqui sediadas e online para toda a comunidade que nos acompanha.” Tudo mantendo a crença de que a tecnologia pode melhorar a qualidade de vida de médicos e de pacientes.

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