Quem tem irmão mais velho vai se reconhecer nessa situação: lembra do caçula agitado que atrapalha a brincadeira da irmã?
Esse era eu quando adolescente, tentando consertar as bonecas da minha irmã, trocando as cabeças, pernas e braços para montar uma “nova” boneca, funcional e pronta para outras aventuras.
Ela não gostava muito, mas foi aí que comecei a me interessar por criar e consertar problemas diários.
De bonecas a mobiletes, meu passatempo era desmontar e montar coisas, para poder entender cada passo, etapa e processo dentro daquela situação.
Com isso, aos 18 anos, escolher uma faculdade foi fácil – mirei em Engenharia Mecânica, com o objetivo de seguir construindo e criando coisas pelo caminho.
Porém, nem tudo sai como planejamos, e minha trajetória se voltou para o cuidado com as pessoas.
Neto da fundadora do Instituto Jô Clemente (antiga APAE de São Paulo), sempre tive a visão de que o respeito e a saúde são coisas imprescindíveis para qualquer ser vivo e, portanto, devemos ter uma atenção especial de todos os lados.
A organização, que completou 60 anos neste ano, foi minha casa desde sempre, e lá aprendi a consertar coisas para ajudar pessoas. Foi lá que meu propósito foi tomando forma.
Uma das minhas maiores inspirações atualmente é, além da minha avó, o meu avô, Antônio Clemente, um dos maiores radiologistas do Brasil, e responsável por trazer ao território nacional o primeiro equipamento de tomografia visto por aqui.
Minha avó e meu avô foram grandes pessoas que quebraram barreiras e conseguiram fazer história na saúde.
DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA À DE SAÚDE
Na contrapartida dos meus avós, meus primeiros empregos foram no setor da indústria automobilística.
Logo tive a oportunidade de realizar um MBA no exterior, onde tive a chance de começar a me voltar à área de gerência e administração, tornando-me presidente do clube de administração da faculdade.
Com essas experiências, integrei um programa de estágio na GM e, em seguida, comecei na Johnson & Johnson, onde passei a ter mais contato com a parte de gestão da empresa.
Depois de outras vivências, fui para a divisão de saúde da Sodexo, com a missão de implementar tecnologia nos processos da empresa e focar na melhor experiência do paciente.
Com isso, me aproximei do propósito e da história dos meus avós, pois tive grandes oportunidades de trabalhar a tecnologia aliada à saúde, para impactar pessoas, algo muito próximo do meu objetivo pessoal e profissional.
Porém, com a pandemia e seus desafios, o foco da empresa mudou para execução e redução de custos, deixando pouco espaço para criação e inovação.
Depois dessa experiência, senti então a necessidade de fazer parte de algo novo, encantador e pragmático. Por isso, optei por buscar uma oportunidade em uma healthtech nacional, onde o produto principal é a inovação.
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS: O CAMINHO PARA IMPACTAR
As healthtechs focam em tecnologia para saúde, um fator que me interessa imensamente por diversos motivos – entre eles, estão as melhores metodologias para otimizar os processos.
Mas a curva de tecnologia está chegando num platô e as possibilidades de ganho são menores. Com isso, as inovações tecnológicas se tornaram ainda necessárias e importantes, principalmente para a área de saúde.
Antigamente, muitas pessoas morriam de aneurisma, AIDS, câncer, mas hoje todas essas doenças têm um tratamento e as pessoas podem ter uma ótima qualidade de vida, porém com um custo muito grande. Esse valor só tende a aumentar e poucas pessoas conseguirão pagar.
As inovações estão muito relacionadas a como você utiliza a informação, e o setor da saúde ainda percorre essa jornada tecnológica em busca de gestão de processos, como o agendamento e entrega de exames online.
A Pixeon está exatamente neste meio da transformação digital, unindo o cuidado com as pessoas às inovações tecnológicas – o que está totalmente alinhado com o meu propósito pessoal.
Nas multinacionais, o espaço de troca, criação de metodologias e inovações do zero costuma ser limitado e muitas vezes já vem pronto de uma matriz. Já em uma healthtech esses processos são realizados passo a passo entre os integrantes da empresa, com um objetivo e uma paixão em comum.
A própria Pixeon tem grandes desafios pela frente, mas com o conhecimento do mercado e com a meta de ajudar pessoas, impactar a sociedade tornou-se algo mais próximo e possível.
Meu sonho atual é que todas as pessoas consigam o atendimento que precisam. E para isso, mais uma vez, a inovação é extremamente necessária.
Como diria Einstein, uma figura de grande inspiração para minha vida, “loucura é esperar resultados diferentes fazendo a mesma coisa”.
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Felipe Clemente é CEO da Pixeon. Engenheiro Mecânico por formação, cursou um MBA pela Duke University e tem uma vasta experiência na área de tecnologia, saúde e gestão. Nos últimos 20 anos atuou na gestão de diversas empresas multinacionais para implementação de tecnologias com o objetivo de otimizar processos e melhorar a jornada dos pacientes.