• Einstein combina robótica e quimioterapia aquecida para tratar tumores pleurais 

    Sérgio Araújo, diretor da Rede Cirúrgica do Einstein. (Foto: Divulgação)
    Sérgio Araújo, diretor da Rede Cirúrgica do Einstein. (Foto: Divulgação)
    Future Health | 30 set 2025

    O Einstein Hospital Israelita passou a realizar, em 2025, um novo tratamento cirúrgico de alta complexidade para pacientes com tumores na pleura, a membrana que reveste os pulmões e o interior do tórax, utilizando uma combinação de cirurgia robótica e quimioterapia hipertérmica intrapleural (HITHOC). 

    A estratégia é indicada em casos de câncer de timo avançado ou que retorna após um primeiro tratamento, com o objetivo de ampliar o controle local da doença e reduzir as chances de nova progressão.

    O câncer de timo avançado é uma forma rara e agressiva de tumor que se desenvolve a partir do timo, uma glândula localizada atrás do osso esterno, no centro do tórax, e que pode invadir a pleura. 

    No tratamento realizado pelo Einstein, os médicos removem os tumores com o auxílio de um robô cirúrgico, que permite movimentos mais precisos e menos invasivos. 

    Robô cirúrgico aplica solução quimioterápica aquecida direto na cavidade pleural. (Foto: Divulgação)
    Robô cirúrgico aplica solução quimioterápica aquecida direto na cavidade pleural. (Foto: Divulgação)

    Em seguida, aplicam diretamente na cavidade pleural uma solução de quimioterapia aquecida a cerca de 42 °C. O calor ajuda a potencializar o efeito dos medicamentos, atacando as células cancerígenas de forma localizada e com menos efeitos colaterais para o restante do corpo.

    O procedimento é realizado no Núcleo de Alta Complexidade Cirúrgica do Einstein, que reúne equipes de diferentes especialidades, como cirurgia torácica, oncologia, radiologia, terapia intensiva e enfermagem navegadora, para cuidar de cada paciente de forma integrada, com decisões compartilhadas desde o diagnóstico até o seguimento tardio.

    “O Einstein tem investido continuamente em soluções cirúrgicas avançadas, especialmente em procedimentos que envolvem tecnologia robótica”, afirma Sérgio Araújo, diretor da Rede Cirúrgica do Einstein.

    “Nosso foco é oferecer aos pacientes alternativas mais seguras, menos invasivas e com melhores resultados clínicos, principalmente em casos que exigem abordagens multidisciplinares”, ressalta.

    Para Rodrigo Gobbo, diretor do Centro de Medicina Intervencionista do Einstein, a estratégia ilustra o impacto da medicina minimamente invasiva na experiência do paciente: “Os procedimentos intervencionistas e minimamente invasivos, como este, representam uma evolução significativa. Eles permitem intervenções mais precisas, com menor tempo de recuperação e menos efeitos colaterais, o que tem impacto direto na qualidade de vida do paciente e no retorno mais rápido às atividades habituais.”

    A advogada Juliana Coimbra Garcia foi submetida ao procedimento após ser diagnosticada com câncer de timo em estágio avançado. Ela relata que a existência de uma estratégia integrada e conduzida por uma equipe especializada a deixou mais segura para enfrentar o processo.

    “Praticamente não tive os efeitos colaterais esperados numa quimioterapia. Não consigo dizer quando voltei a para as tarefas do dia a dia, porque nunca deixei de realizá-las”, afirma a advogada.

    Ricardo Terra, cirurgião torácico do Einstein e integrante da equipe do Núcleo de Alta Complexidade Cirúrgica, explica que a combinação da tecnologia robótica com a quimioterapia hipertérmica permite abordagens mais precisas e eficazes, especialmente em cenários de recidiva ou invasão local avançada. 

    “A maior vantagem da técnica, que usamos para timoma avançado e outras neoplasias pleurais, como o mesotelioma, é poder realizar a infusão do quimioterápico em dose concentrada, com menor toxicidade para o organismo e em seu estado de maior eficiência. Cada caso é discutido em equipe, o que aumenta a segurança do tratamento”, detalha Terra.

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