• Open Health: como o compartilhamento de dados vai mudar a saúde

    Claudio Maia é especialista em Open Everything da Axway
    Jose Renato Junior | 25 fev 2022

    Estamos acompanhando há alguns meses a implementação do Open Banking no Brasil. O sistema colocou o cliente como dono de seus dados, permitindo que suas informações sejam compartilhadas entre as instituições financeiras. 

    Isso facilita serviços, impulsiona novos modelos de negócios, possibilita a comparação de preços e propostas, entre outras mudanças. Essa revolução deve continuar ocorrendo em outros setores econômicos, inclusive o de saúde.

    O Open Health (“Saúde Aberta”) permitirá que o paciente opte por compartilhar digitalmente seus dados de saúde entre diferentes agentes, como clínicas, operadoras, laboratórios, profissionais etc. 

    A expectativa é de que isso proporcione uma melhor experiência ao paciente e traga vantagens às empresas.

    Por exemplo: um paciente é atendido em uma determinada unidade de saúde, mas o profissional pode acessar todo o seu histórico médico (mediante sua autorização) em um sistema digital. 

    Ou, ainda, o paciente decide trocar de plano de saúde e solicita todos os seus dados para fazer uma comparação mais apurada dos serviços que utiliza. 

    Com o compartilhamento de dados, os provedores poderão oferecer novos produtos e serviços mais personalizados e adequados para os clientes. 

    Laudos de exames acessados digitalmente, assim como a coleta remota de dados de monitores cardíacos, de diabetes ou outros dispositivos de pacientes em homecare são outras possibilidades.

    INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA É TENDÊNCIA EM CRESCIMENTO

    Durante a pandemia de Covid-19, vimos as empresas brasileiras investirem em tecnologia como nunca, e serviços como a telemedicina foram impulsionados. Outro exemplo foram os passaportes vacinais digitais. A tendência é que o foco no compartilhamento de dados seja intensificado. 

    A tecnologia por trás dos “opens” é a das APIs (Application Programming Interface), que permite a integração entre diferentes sistemas. 

    É isso que possibilitará que, por exemplo, o banco de dados de um hospital seja acessado por um médico que deseja consultar os exames realizados por um paciente durante o período de internação.

    Com informações tão sensíveis sendo compartilhadas, a segurança das operações e proteção dos dados deve ser uma das prioridades das empresas, que precisam investir em tecnologia para garantir um alto padrão de atendimento e segurabilidade. 

    No Open Banking, o comitê de trabalhos criado pelo Banco Central estipulou uma série de requisitos técnicos que garantem a proteção dos dados dentro do sistema. 

    Outra questão será o consentimento, uma vez que os pacientes deverão permitir que os diferentes agentes acessem suas informações. No Banking, esse consentimento pode ser retirado a qualquer momento. 

    Um diferencial do Open Health será a concessão de acesso aos dados de terceiros, como pais e filhos, além de outras dinâmicas familiares – reforçando a necessidade de um suporte tecnológico robusto, com funcionalidades, como gestão de consentimento.

    OPEN HEALTH JÁ É REALIDADE INTERNACIONALMENTE 

    O sistema já pode ser observado em iniciativas em curso em países como Estados Unidos e França. Nos EUA, por exemplo, o compartilhamento de dados passou a ser exigido pelo Affordable Care Act (ACA). 

    Com um sistema de saúde privado – e caro –, os americanos usam a informação como uma arma para comparar as opções de tratamentos e planos, de forma digital e prática. 

    Já no Brasil, o Ministro da Saúde Marcelo Queiroga falou recentemente sobre os planos de implantação do Open Health, adiantando a intenção de que o sistema traga mais competitividade ao setor e melhore a oferta de serviços, atraindo mais players ao mercado. 

    O processo para a implantação do sistema possivelmente ainda passará por uma série de regulamentações para que sejam contempladas as diversas exigências legais que regem o setor.

    No entanto, o Open Health já se anuncia como um mar de possibilidades que serão exploradas pelas empresas. Aquelas que estiverem tecnologicamente preparadas estarão aptas a detectarem as oportunidades e se destacarem nesse novo cenário.

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    Claudio Maia é especialista em Open Everything na Axway, empresa que permite que outras abram os dados com segurança, integrando e movendo dados, com a Plataforma Amplify API Management, única plataforma aberta e independente para gerenciar e governar APIs entre equipes, nuvem híbrida e soluções de terceiros.

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