Nos hotéis, o concièrge é aquele profissional que, sempre prestativo, resolve os problemas e desejos do hóspede, sejam eles quais forem – de fazer reserva em um restaurante badalado aos pedidos mais estranhos que costumam vir de famosos ou excêntricos.
Saído da hotelaria, o conceito já atinge outros ramos, como os de shopping centers, restaurantes, condomínios e empresas. Agora, a The1 Health inova no mercado de saúde trazendo para ele o serviço de concièrge.
Para muitas pessoas, cuidar da saúde pode ser um processo trabalhoso que, muitas vezes, adia ou até impossibilita um tratamento.
É preciso escolher o profissional certo para identificar e tratar a patologia (o que, em casos de doenças raras, por exemplo, é complexo), o hospital que melhor atenda o caso, resolver procedimentos administrativos e burocráticos com os serviços de saúde e as operadoras, entre outros perrengues.
Foi pensando nesta dor dos pacientes que Christiano Quinan, um executivo com experiência de anos em operadora de saúde e como professor de mestrado e de MBA da Fundação Getulio Vargas, criou, há dez anos, a The1.
“A The1 nasceu para ser um coordenador de acesso do paciente, ao tratamento correto, hospital e médicos especializados, com ou sem plano de saúde, de forma profissional e sem conflito de interesses”, conta o CEO.
DE UMA PONTA A OUTRA DO ATENDIMENTO
Para entender melhor o serviço apresentado pela The1 Health, Christiano dá um exemplo. “Vamos supor que eu tenho vitiligo. Posso ser tratado por um dermatologista, que trabalha com estética”, explica.
“Mas também posso tratar com um profissional da mesma área que tenha uma ênfase de atuação em doença de pele e que pode ter uma especialização em vitiligo. Eu vou ser muito mais bem cuidado e o desfecho dessa história pode ser mais assertivo, a partir do momento que a patologia foi identificada.”
A The1 Health entra no sistema exatamente para encontrar o profissional ideal para o melhor tratamento, dentro de uma base de dados médicos catalogada. Mas não para por aí.
“A gente cuida, também, da parte burocrática de tudo, como o trânsito de documentos na operadora de saúde. Deixamos o paciente livre para cuidar da saúde dele”, afirma o empreendedor.
Todo esse trabalho é feito pelo chamado Health Adviser, ou Aconselhador de Saúde.
“Também contamos com uma estrutura médica, com profissionais que detêm o conhecimento técnico do sistema, para que possam fazer a análise de acordo com a demanda do paciente. Não fazemos o atendimento, mas sim o encaminhamento para o profissional mais recomendado”, explica o CEO.
Segundo Christiano, o paciente é o centro de tudo e o tomador de decisão. Depois de todo o aconselhamento dado pela The1 Health, é ele quem tem a palavra final.
CLIENTE NO CENTRO – DE VERDADE
O experiência do CEO da The1 na área de saúde começou há 26 anos, em 1996, época em que ele ingressou no setor como atendente em uma operadora de planos privados. “Fui eu que atendi o primeiro cliente em Goiânia”, lembra.
Com muito aprendizado, Christiano cresceu dentro da empresa até chegar a diretor executivo de operações. De lá, foi convidado para ser executivo em um laboratório farmacêutico, onde ficou por dois anos, e de onde saiu para um hospital.
Foi quando ele resolveu empreender. “Entendi que o paciente, e a família dele, ficam perdidos quando precisam acessar o sistema de saúde, com ou sem plano”, afirma.
Quando tudo ainda era mato no terreno da medicina concièrge, Christiano arriscou desbravando um mercado até então inexistente e desconhecido.
Conhecer a fundo a estrutura do sistema de saúde permite que a empresa, segundo seu criador, aja de forma independente, procurando gerar valor para a vida do paciente. É o patient centricity muito antes da popularização do conceito.
Tudo isso está baseado no grande banco de dados dos profissionais e dos centros de tratamento, no conhecimento do background deles e no network que Christiano adquiriu em anos de experiência no mercado.
Como Health Adviser, a The1 ajuda as pessoas a tomar decisões difíceis de forma pragmática em momentos muito delicados, sem o envolvimento emocional que pode atrapalhar.
Assim, ela é capaz de dar orientações precisas e guiar o cliente pelo melhor caminho, o da razão. E também evita que ele seja submetido a procedimentos ou serviços que não são necessários.
O CUSTO DA MANUTENÇÃO DA INDEPENDÊNCIA
Até hoje, o CEO conta que não houve nenhum tipo de investimento externo, e se orgulha em dizer que a The1 Health é pioneira no setor, mesmo com algumas operadoras de saúde tendo um trabalho de concièrge parecido.
A The1 não trabalha para operadoras de saúde, hospitais, médicos ou qualquer outro player. Seu cliente é o paciente.
“Nossa diferença é que não possuímos nenhum vínculo com outras empresas do setor. Pelo contrário: quem me remunera é o paciente, que, inclusive, é quem faz a nossa propaganda. Não fazemos nenhum marketing”, diz.
Christiano conta também que não foi feito nenhum tipo de benchmark para abrir a empresa. “Crioumos a The1 realmente a partir da posição idealística da vida profissional e pessoal sobre a dor do paciente e da sua família. Mas acredito que, hoje em dia, nosso serviço possa ser visto como melhores práticas”, comemora.
Embora Christiano acredite que o maior sucesso de sua empresa seja intangível, as vidas dos pacientes, ele pode, sim, ser medido por números: no ano passado, a empresa teve um crescimento de 30%. E para 2021, a projeção é a mesma: aumentar o faturamento em 30%.
DO BRASIL PARA O EXTERIOR
A ideia da medicina concièrge não ficou apenas por aqui. Há dois anos, o CEO levou a empresa para os Estados Unidos, com o intuito de ajudar os brasileiros residentes por lá.
Com a ajuda da telemedicina, é possível realizar consultas com os médicos daqui. Por meio do sistema da The1 Health, o profissional da saúde brasileiro faz os pedidos e outro profissional norte-americano faz as prescrições necessárias.
“Estamos olhando, também, outros países, como Portugal e Japão, que têm muitos brasileiros erradicados, mas ainda sentem aquela necessidade da nossa saúde, do cuidado mais próximo, do contato mais pessoal”, afirma o CEO.
Além deste plano futuro, Christiano também vislumbra multiplicar a medicina concièrge. “Queremos fazer a ampliação do conceito, aproveitando a mudança de comportamento do paciente, que se demonstrou essencial neste momento, inclusive para operadora de saúde.”